quarta-feira, outubro 05, 2016

MARIANA MORTÁGUA SALVA O PAÍS (outra vez)


Mariana Mortágua, que já vai sendo conhecida como a Esperta da Geringonça atendendo à quantidade de soluções inteligentes que encontra para fazer justiça social, brilhou mais uma vez. Recorrendo a um conceito muito simples para distinguir os ricos dos pobres, quase intuitivo, diríamos nós, a promessa que já é uma certeza na política nacional, utiliza a quantidade de merda cagada por cada um para aferir o nível de rendimento do agregado familiar. O conceito é tão brilhante que só espíritos simples e puros como o de Maduro deu por ele quando justificou a falta de papel higiénico na Venezuela com o aumento da riqueza do Povo. Se o Povo cagava mais, gastava mais papel e por isso o papel higiénico acabou porque o Povo estava mais rico. Se estivesse mais pobre não cagava tanto. Partindo de base científica tão evidente e simples mas ao mesmo tempo tão impressiva, a nova coqueluche da política nacional, desenvolveu o conceito do cagómetro para medir a quantidade mensal de merda debitada por cada agregado familiar. A Autoridade Tributária instala em cada residência uma unidade central e cada detentor do NIF recebe um cartão que deve introduzir no cagómetro antes de arriar o calhau. As utilizações em cagómetros alheios ficam devidamente registadas no Portal das Finanças devido ao uso obrigatório do cartão, pois que sem a respectiva introdução a tampa não abre. Para evitar as fugas ao Fisco, ou seja, para evitar que a malta ande a cagar pelas matas, baldios e atrás do Ecoponto, o Portal das Finanças estabelece uma presunção mínima de merda diária para cada contribuinte, cujo valor ainda está a ser ponderado, pelo que não adianta andar a arranhar o cú nas silvas. Numa fase mais adiantada do projecto, o cagómetro poderá avaliar pelo cheiro e consistência o tipo de comida antes ingerida e aplicar as diferentes taxas de IVA correspondentes. Ouvida na SIC por Clara de Sousa que lambuza com carinho tudo o que seja entrevistado de esquerda, a brilhante futura Primeira Ministra, chegou a adiantar com incontido orgulho que bem poderemos estar no limiar de uma nova era fiscal: a do imposto único sobre a merda.

O ATAQUE ÁS PENSÕES DE 250 EUROS

Estamos todos recordados que o anterior governo não conseguiu fazer cortes parciais na Pensão de Sobrevivência. Ou seja, fazer cortes de 10% em pensões superiores a 2.000 mensais foi tido como profunda ofensa aos pensionistas da Função Publica. Os Sindicatos Comunistas vieram para a rua, o Bloco de Esquerda profetizou o fim do mundo, a Comunicação Social explicou que era o neo-liberalismo e o Tribunal Constitucional chumbou. Mas convém recordar que esses pensionistas da Função Publica a quem ia ser cortada a Pensão de Sobrevivência acima de 2000 euros, acumulavam essa pensão com a pensão própria, pois a de Sobrevivência era recebida por lhe ter morrido o marido ou a mulher. Ou seja, estamos a falar de pensionistas da Função Publica que recebiam DUAS PENSÕES em acumulação. E duas pensões, regra geral acima dos 2.000 euros cada uma.
Agora, o Governo da Geringonça está-se a preparar para alterar o Regime das Pensões não Contributivas. Em especial as Domésticas e algumas trabalhadoras rurais eventuais nunca descontaram para a SS. E o Regime das Pensões não Contributivas atribuía a estas pessoas, regra geral mulheres, uma pensão mínima a rondar os €250. Ora bem, o Costa mandou fazer contas e percebeu que estas pensões representam cerca de 1000 milhões por anos, ou seja, 0,6 % do PIB. E então o Governo da Geringonça, o Governo dos Pobres e dos Comunistas vai alterar a lei no sentido de que todas aquelas mulheres que estejam casadas com um homem que tenha uma pensão suficiente, vai perder a sua pensão de € 250.
Quando foi o caso das pensões de Sobrevivência que se acumulavam com outras acima de € 2000 não se podia cortar 10% porque eram Funcionários Públicos reformados. Mas agora como os reformados são do Povo  e do Regime Geral da Segurança Social e nada garanta que tenham votado nos partidos das Esquerdas já se pode ir roubar os € 250 às velhotas e deixá-las ainda mais na dependência das reformas dos maridos. Só o facto de se encomendar um estudo destes já é ofensivo. Até para a dignidade das mulheres que as adolescentes do Bloco de Esquerda tanto apregoam. Afinal o importante para as mulheres é penalizar os piropos. Grave para as mulheres portugueses é ouvir "oh filha, és tão boa". Isso é tão grave que merece prisão. Mas tirar-lhes a pensão de € 250 mensais já é uma normal medida governativa.  O Senhor Doutor António Costa e os seu Governo da Geringonça não têm vergonha ? É que este país está dividido ao meio. Para a Função Pública há tudo. Para o resto dos portugueses há pontas de corno para roer. Ao fim  e ao cabo o regime da Constituição de Abril não foi mais do que isto. Instalar uma classe pequeno burguesa no aparelho do Estado, torná-la rica e garantir-lhe os privilégios. Mesmo que à custa da pobreza e do atraso económico e cultural de um país inteiro. Este jogo de cortes nas pensões e a actuação escandalosa do Tribunal Constitucional são apenas meros indícios do funcionamento da trama e da sua tremenda falta de vergonha.