sexta-feira, setembro 06, 2013

INTERVENÇÃO MILITAR NA SÍRIA

Maior parte dos portugueses opõe-se a uma intervenção militar na Síria Para o mundo ocidental a questão síria não se prende directamente com o controlo do petróleo, daí que tenha uma importância diminuta. É por isso que a guerra civil já dura há tanto tempo sem intervenção directa do Ocidente. Até porque as Primaveras árabes do norte de Africa estão longe de ter produzido bons resultados. Veja-se o exemplo do Egipto, onde uma ditadura bem relacionada com o Ocidente acabou por ser substituída pela via eleitoral por um regime extremista religioso, potenciador do terrorismo árabe e magrebino. Do meu ponto de vista, a intervenção americana, aliás apoiada pela França, destina-se a inutilizar os paióis de armamento químico existentes na Síria, independentemente de quem tenha o actual controlo sobre esse tremendo perigo para o Ocidente. O que Obama e Hollande pretendem é proteger as cidades europeias e americanas de ataques terroristas com armas químicas obtidas na Síria e entregues ao terrorismo muçulmano internacional. Por isso, os mísseis americanos que vão cair na Síria são um mal necessário. Registo apenas o facto de ser a dupla Obama e Hollande, os grandes paladinos da sensibilidade social, da luta anti-imperialista, da luta contra o capitalismo selvagem e os dois, em suma, salvadores do mundo, a assumir o odioso da situação. O Tó Zé está desorientado. Nem sabe muito bem se se pode afirmar a favor ou contra. Que, para o Tó Zé, isto de ter ideias claras sobre qualquer coisa é pior que lhe arrancar um dente a sangue frio. Tudo o que tem surgido sobre as crianças refugiadas e a catástrofe humanitária é apenas o enquadramento noticioso para conferir alguma justificação moral que adormeça os distraídos. Obama e Holande querem lá saber de quem vai morrer com a destruição das armas químicas, em especial com a inevitável poluição local. Mas o Tó Zé remete para as Nações Unidas, que é a melhor forma de não ter opinião. As Nações Unidas na Política Internacional é como a Académica no Futebol. Quando não temos coragem para afirmar a nossa preferência, dizemos sempre que a apoiamos a Briosa. E o Tó Zé é Brioso que se farta.

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