quarta-feira, janeiro 30, 2013

ABUSO DO DIREITO À GREVE

Um por cento dos trabalhadores faz greves. Ultimamente, então, só os sindicatos do Partido Comunista, Ferroviários, Metro, Transtejo e Soflusa, estivadores, etc. Cada um destes profissionais baseia o seu rendimento nas horas extraordinárias que por vezes triplicam o vencimento-base. E por isso lhes está a doer tanto a diminuição do valor das horas extraordinárias.
Numa época em que a Educação Pública se assume como um dos poucos consensos nacionais, convém frisar que a esmagadora maioria dos trabalhadores daquelas empresas só em horas extraordinárias recebe por mês mais do que qualquer professor dos nossos filhos no seu vencimento-base.
Com o povo subjugado a uma carga fiscal terrível, mas mesmo assim empenhado em ultrapassar a crise, os nossos comunistas fazem greves todas as semanas. E o fundamento invocado nem sequer tem a ver com  as condições  de trabalho concretas na empresa. O fundamento tem a ver   com "ataque feroz de que os trabalhadores estão a ser alvo por todas as vias: Orçamento do Estado, alteração da legislação laboral e o espetro da privatização".

Neste caso, repare-se que, mesmo que a Administração do Metro quisesse fazer a vontade aos  grevistas para acabar com a greve, isso não seria possível, porque o que está em causa é o OGE, a legislação laboral e a privatização do Metro, tudo situações que não podem ser decididas pela empresa, mas apenas pela maioria dos deputados eleitos na Assembleia da República. Local, aliás, onde essas questões são discutidas e decididas. E onde o Partido Comunista detem uma minoria de deputados que perdem as votações naquelas matérias porque perderam as eleições. É que  a maioria do povo não quer nada com eles. Mas mesmo assim, os Comunistas Portugueses fazem greves de revanchismo, votadas ao insucesso dos seus objectivos declarados, mas  visando apenas causar prejuízo à sociedade na tentativa reiterada de lançar o caos económico e social. Porque na teoria deles, é do caos que surge a vanguarda revolucionária que implanta a ditadura do proletariado. Por isso, estes gajos não andam por cá para ajudar. Andam a ver onde podem prejudicar o mais possível a sociedade. E fingindo que os trabalhadores daquelas empresas não são os privilegiados que bem sabemos serem. Porque em termos comparativos, aqueles trabalhadores são os que mais recebem na nossa sociedade. Ma, mesmo assim, são os que mais se queixam.
E qualquer dia o direito à  greve terá que ser condicionado e limitado a  questões exclusivas da empresa. Porque fazer greves para derrubar um governo eleito em eleições democráticas, não é exercer um direito. É abusar do direito.