quarta-feira, abril 14, 2010

EQUÍVOCOS BLOGOSFÉRICOS (reimpressão)

"Meu caro Carneiro,
Ilustre Colega,
Perna Longa, cabelo comprido...com ideias a condizer.
Ainda por cima, sou carneiro de signo"

Assim, na impossibilidade de o fazer por outro modo:
Minha Senhora, lamento que não tenha percebido que este comentário que me dirigiu expressamente e no contexto em que o fez me incluiu com naturalidade na conversa, quer no tipo de humor que depois repudia, quer na inconsequente brincadeira que se desenhava. Não entrei na conversa à mão-armada, nem pela porta dos fundos. Foi a Senhora que me abriu a porta de frente deste modo. Se depois decidiu em contrário, é legítimo. Mas deveria ter informado primeiro.Não pode é invocar violação ou estupro da conversa. Até ali era consentido. E suscitado expressamente por si.
Na parte da Católica, sinceramente não alcanço a cólera suscitada nem a necessidade de invocar alguns dos mestres e o sistema de avaliação. Ora se eu não frequentei a FDL, mas apenas a Católica, o que é que a Senhora queria que eu lhe dissesse só para que não sentisse esse indisfarçável e azedo complexo de inferioridade académica ?
Não é a primeira vez que deparo com estados dolorosos subjectivos da articulação do cotovelo por causa da Católica. Mas se eu soubesse que o facto de não ter frequentado a Católica lhe era tão penoso e doloroso, acredite que tinha omitido essa informação. Até lhe dizia que era da Internacional, se soubesse que isso lhe conferia conforto emocional.
Finalmente o objecto da alegação determina-se pelo conteúdo das respectivas conclusões, devendo ser indicado expressamente o preceito violado. V. Exª nada disso efectuou o que comina a nulidade por ineptidão se não fôr suprida após convite do Relator.
O interlocutor originário fez o que cabia a um cavalheiro: defendeu a dama, a qualquer preço. Poderia ter evitado puxar-me as orelhas publicamente, mas no contexto psicológico em causa era inevitável que só assim pudesse ter acontecido: O cavalheiro acode à dama e estabelece mais um laço emocional, que ela aceita comovida com uma indisfarçável lágrima ao canto da vista do lado esquerdo. Esta está nos livros daqueles cursos menores, que não o nosso, acabados em "ia".
Em termos de "geração" devo dizer, para concluir, que a sua reacção é a típica das jovens advogadas com que me vou cruzando pelas varas e juízos. Gritam, esbracejam, esperneiam por vezes guincham clamando por justiça, apesar de raramente saberem do que estão a falar. O que não foi o Seu caso, pois que só esbracejou e sabia do que estava a falar.
Só que não tinha razão. Como acabámos de ver.
Respeitosos cumprimentos.
O Colega,
Carneiro
P.S. Para o Colega interlocutor originário, apenas a garantia de que se me tivesse apercebido antes desta reacção hormonal, o outro coment obviamente que não tinha sido emitido. Mas sou sincero a agradecer-lhe que o tivesse eliminado. Ia azedar desnecessariamente. E também compreeendo que o tenha feito em público. A curiosidade é a mãe de todas as imprevidências...
De todo o modo, como se diz na Sicília, não houve mal de sangue, pelo que por aqui não restam azedumes ou desejos de vendetta.

Actualização em 22.03.2010, às 18:00 horas: o bloqueio do meu perfil apenas demonstra que estamos perante uma excepção à regra de que sangue azul significa nobreza de carácter.