MONIZ

O apoio à recandidatura de Vieira foi um reflexo condicionado de bom benfiquismo. Pela blogosfera foi perceptível o cerrar fileiras por Vieira. À falta de melhor ou de diferente, afirmar o benfiquismo de cada um era dar força, com generosidade clubista, a quem se perfilava com mais capacidade para vencer. Era no reforço do candidato quase-único que se afirmava a força perante o exterior. Até a BenficaTV se transformou na televisão oficial da recandidatura de Vieira. O adversário Bruno que se perfilava parecia de encomenda para garantir a pluralidade formal pois ninguém o levava a sério.
Mas de repente, surgiu Moniz. E a dimensão é outra. Estamos perante um gestor competende, duro e eficaz. E inteligente. E com outro estilo. Mesmo sem se saber o que ele conheça de balneários, na comparação, os benfiquistas perceberam que este está para o cérebro ou para o coração, como o outro está para os intestinos ou para as unhas dos pés encravadas.
E agora é ver a malta a virar o bico ao prego, a dar o dito por não dito, a ir sussurrando que, afinal, o Vieira nunca passou de uma refinada besta incompetente. Que foi sempre o que Pinto da Costa ia prevenindo, cada vez que desejava publicamente que Vieira continuasse a comandar o Benfica.
Parece que a mudança vai ser inevitável. Se aceitar ser candidato, Moniz ganha as eleições por dez a zero. E finalmente vamos ter um competidor à altura.
Está na altura de preparar o dragão de ouro para oferecer a Vieira em agradecimento e reconhecimento pelos muitos e bons serviços prestados ao Futebol Clube do Porto durante a respectiva gestão do Benfica.
Estou a antecipar o discurso da derrota de Vieira e a imaginar Pinto da Costa. O que eu dava para estar ao lado dele nesse momento para me partir todo a rir com os comentários.

Outra hipótese é Moniz não ser candidato e, aí, respiramos todos com algum alívio por não perdermos, assim, de repente, como que por morte matada, essa figura ímpar do dirigismo desportivo português.