segunda-feira, outubro 29, 2007

MAURO TALINI


O exercício de pedalar durante muitas horas em dias consecutivos obriga a uma especial condição mental. Por muita potência que os musculos facultem, é a cabeça que nos conduz à repetição minuto a minuto, hora a hora, dia a dia. Cada curva a vislumbrar a próxima, cada subida a antecipar a descida. Cada quilómetro a encurtar a chegada.
Cada um utiliza o esquema mental que mais conforto e eficácia lhe proporciona. Frequentemente, a motivação religiosa almeja proezas atléticas notáveis. No caso, um diabético de nível I italiano que desde a Toscana natal, pelo Santuário de Lourdes e Santiago de Compostela, chegou a Fátima em Abril passado com um total de 2.660 Km percorridos em 22 dias. Notável a proeza, se tivermos presente a necessidade especial de controle dos níveis de glicémia e a sua adequação ao nível de esforço muscular.
De comum com OXiclista ? O B.o.B., obviamente. Numa bicicleta de estrada. Como cantavam os resistentes: "não, não sou o único..."
De notar que o Mauro, certamente por interferência divina ou papal, conseguiu introduzir a bicicleta no terreiro do Santuário, condição que é severamente recusada aos milhares de ciclistas que se dirigem a Fátima ao longo do ano. Aliás, a tradicional benção aos ciclistas é realizada num parque de estacionamento das traseiras, que não no recinto, razão pela qual muitos cicloturistas deixaram de se dirigir a Fátima para esse fim. Muitos fazem a peregrinação e almoçam num restaurante sem se dirigirem ao Santuário onde deixaram de ser bem recebidos. É durante o esforçado caminho que cumprem os preceitos da devoção.

ALENQUER


Damião de Góis, o mais ilustre filho da Cidade. Apesar da época, atingiu uma longevidade de 74 anos. O que comprova que o ofício da pena é mais saudável do que andar a cavar.
Contra o vento fiz os primeiros 43 Km à média de 25,75 Km/hora. Na volta consegui fazer o percurso em 50 dentes, sem nunca ter aliviado a pedaleira. Consegui a média de 30 Km/hora. Naturalmente. O pior são as dores nos quadrícipes. Mas quando distinguimos a dor muscular de esforço da ameaça dos lactatos, ganha-se a capacidade de pedalar com dor, em vez de se parar no pânico da caimbra. São dores diferentes. Ambas superadas pelo treino, apesar da hidratação cuidada normalmente chegar para acudir às caimbras.
Ainda subi Monsanto para assinar a petição contra o Campo de Tiro a Chumbo de Monsanto, a pedido do amigo Caetano, presidente da federação. No total, 115 Km com cerca de 6.200 Kcal, num percurso muito variado e duro em que alternei o vento, com andamento pesado e com a subida final da serra.

TIPICAMENTE PORTUGUÊS



Em Vila Franca de Xira, um boi tipicamente português. Grandes tomates, prova de tremenda potencialidade, pila exígua e pouco concretizadora, como um destino sempre adiado e nunca concretizado. Olé !

segunda-feira, outubro 22, 2007

OESTE PROFUNDO


Não é só pelas Beiras e Trás-os-Montes que se encontram toponímias pouco usuais.

ALENQUER


Rigorosamente a meio do percurso Lisboa-Bombarral. Uma torre de defesa da vertente norte da Cidade-Presépio. Provavelmente do tempo em que a cidade tomou partido por Leonor Teles contra o Mestre de Avis. Digo eu, que quando passo pelos locais gosto de os relacionar com o que se leu nos livros da escola.

MÍSCAROS


Av. de Roma, Lisboa, Outubro de 2007. A Natureza é tramada. Logo que tem uma pequena oportunidade...

quarta-feira, outubro 17, 2007

LOGOTIPO

Após cerrado concurso internacional, é com elevada emoção artística e furtiva lágrima de circunstância que Oxiclista publica o trabalho pré-seleccionado para logotipo deste blog e da actividade ciclística do seu autor. Apesar de ter baixado a uma oficina de cerâmica visando o molde de uma estátua de bronze em tamanho natural cuja necessidade no mercado das artes foi induzida pelo declarado interesse de tanto autarca sedento de embelezar as Praças 25 de Abril da respectiva terrinha, o esboço a duas dimensões já está em fase de pós-produção gráfica para calendários, separadores de dossiers e réguas flexíveis de 20 cm também para limpeza da unhaca.

Quem tem amigos artistas tem tudo, e quem os tem bons, engraxa-os e trata-os com carinho e rebuçados do Dr. Bayard quando eles se constipam. Mai nada.

segunda-feira, outubro 15, 2007

PESTANA



No Sábado conheci os Pais do Luis Pestana. Do jardim gamei esta flor.

RADIAL DE BENFICA



A ciclovia da radial de Benfica está sempre cheia de lixos. Em especial vidros.
Mais 5 euros numa câmara de ar de alta pressão. Estou algo destreinado a mudar a camara de ar. Ademais estava colada ao pneu em virtude de um tapa-furos rápido que apliquei perto do Tramagal na roda de trás. Na altura, a espuma química não resultou e tive mesmo que substituir a camara de ar. Mas o pneu ficou sujo por dentro e dois meses depois estava tudo colado. Além da arrelia do furo, a canseira de descolar aquela nhenha toda...

MR. TANABE



No topo de Monsanto. Um ciclista japonês. Numa bicicleta Panasonic. Obviamente.
Have a nice time in Portugal, Mr. Tánábé.

sexta-feira, outubro 12, 2007

WILIER CENTO CRONO



Os dilemas surgem-me à Sexta Feira. No caso, não sei se compre o modelo de 2007 ou o de 2008...

quinta-feira, outubro 11, 2007

PATINS


Os meus filhos, calçados com sofisticados patins de bota de 500 €, não compreendem como o pai com a idade deles patinava no alcatrão, marcava golos com bolas de matraquilhos num stick de loureiro e sonhava ser Vaz Guedes ou António Livramento. Tempos em que só o Hóquei fazia de nós campeões do mundo.

terça-feira, outubro 09, 2007

DE ESGUELHA


Ainda pensei em centrar-me com a perspectiva. Mas nas minhas costas estava uma curva fechada e decidir não arriscar.

Etapa 3, Castelo Branco - Penamacor, 67 Km, 3:47 Horas, 18 Km/hora, 4570 Kcal

segunda-feira, outubro 08, 2007

PEREGRINAÇÃO


Domingo, recuperado da sova que a equipa me tinha dada no sexta-feira, aliviado dos lactatos pelo passeio à beira-rio de sábado de manhã, parti para Bombarral para visitar o meu Pai. Fiz os 85 Km em 3:15 Horas, o que dá uma média superior a 26 Km/h. Como o percurso a seguir a Alenquer tem umas subiditas, em especial depois de Merceana na travessia dos contrafortes do Montejunto, o desempenho foi muito razoável. Tenho que comprar uma BTT jeitosa para aproveitar o Inverno. É mal empregado desperdiçar a forma física que me tem custado tanto a obter. E basta estar um mês parado, para estragar tudo.
Pelo caminho passei pelo cruzamento que dá acesso a Meca. Mas não vi peregrinos. Esses estão a caminho de Fátima, conforme comprovei na Sexta-Feira pela estrada da Azambuja.

LAVADO



Nos feriados e pontes, quando as multidões abandonam a Cidade, até dá gosto passear pela manhã junto ao Rio. Está tudo mais lavado. Até o ar que se respira.

O CIRCO DO COSTUME





Sábado pelas oito da manhã na Avenida da Liberdade. Organizava-se o desfile do aniversário da SIC.
É mais fácil fechar ao trânsito automóvel a avenida para os circos culturais do costume do que para os miúdos praticarem ciclismo ou outra actividade desportiva que combata a obesidade infantil.
Pelo aparato da camionagem percebi que não valia a pena ver o desfile na TV, ainda menos ao vivo. Pela hora do almoço, fui comprar os colchões, edredons e forras ao IKEA.
À noite os rapazes já dormiram à sueca.

FERIADO TÍPICO


5 de Outubro, feriado. De manhã acompanhei só até Azambuja a minha equipa que ia para Fátima. No conforto da roda da equipa e no capricho do esforço cheguei a Azambuja 20 minutos antes do habitual. Em vez da média de 25 Km/h, fiz 32 Km/h. Para cá vim sózinho e a sofrer. Pelo vento contra, pela solidão do esforço, pelos lactatos acumulados na vertigem da ida, pelas dores musculares que começaram a fazer lembrar músculos que normalmente nem sei que os tenho. Baixei o andamento, obviamente. Mesmo assim, embalado pelo ritmo que a equipa me tinha proporcionado, cheguei a Lisboa com mais 7 minutos poupados ao tempo que normalmente faço naquele percurso. Ou seja, diminuí o meu tempo habitual para aqueles 102 Km em 27 minutos. Moral da história: com a equipa LA-Alumínios é que se anda a sério.
De tarde acabei de montar o beliche do quarto dos rapazes. Na foto, o meu Vasco armado da chave sextavada, aperta com o parafuso.

segunda-feira, outubro 01, 2007

POST 500

Há alguns dias que nada editava, pois procurava um tema suficientemente nobre para a efeméride. Por outro lado, sendo este blog uma tentativa de divulgação do ciclismo lúdico e de saúde, obrigatoriamente que o ciclismo teria que estar presente na celebração. Assim, tudo ponderado escolhi celebrar o Post 500 referindo o Zé Luis, amigo que conheci pela net. Lido com outros amigos eventualmente com maior grau de intensidade afectiva ou com mais frequente convívio. Mas o Zé Luis é uma espécie de alter-ego ciclístico. Durante a minha recente epopeia turística, tive o prazer de jantar com ele - e com o Rui Ferreira. E deu para confirmar que "aquilo" é mesmo assim: despretencioso, inteligente, informado, generoso, amável. E é melhor ciclista do que eu. Deu para perceber quando ele e o Amândio andaram um pouco menos para que eu os pudesse acompanhar nuns escassos seis km à chuva quando tentámos em vão ir a Viseu ver o contra-relógio da Volta.
No último Sábado, 29.09.2007, o Zé Luis subiu à Torre por Seia, usando como andamento mais leve a pedaleira 39 e um carreto 27. Aqui fica a homenagem sincera de quem sabe o que custa fazer a subida por aquela vertente. Até porque eu tinha uma pedaleira com 30 dentes.
Para quem não conhece, o Zé Luis é o mais despenteado.